Na terça, 15/4, aconteceu no auditório do Sindicato dos Bancários, no Centro da cidade do Rio de Janeiro, plenária com a participação de vários movimentos sociais, sindicatos e parlamentares para discutir a garantia do direito ao acesso universal à água e organizar calendário de lutas em defesa da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) pública. A atividade foi organizada pela Rede de Vigilância Popular em Saneamento e Saúde, pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)  e pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Saneamento e Meio Ambiente do Rio de Janeiro e Região (Sintsama-RJ).

Na ocasião, a pesquisadora do Departamento de Saneamento e Saúde Ambiental da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (DSSA/Ensp/Fiocruz), presidente do bloco 4 do Comitê de Monitoramento Social dos contratos de concessão dos serviços de água e esgotamento sanitário do estado do Rio de Janeiro e integrante da Rede de Vigilância Popular em Saneamento e Saúde, Adriana Sotero, destacou o erro que foi o leilão de parte dos serviços da Cedae feito à revelia da população, em 2021, e disse que agora o mais importante é que esse movimento impeça que, por meio do Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), se coloque o restante dos serviços administrados pela Cedae, como a produção de água limpa, à venda também.

Sociedade civil organizada levou faixas e cartazes para a Plenária. Foto: Joyce Enzler

A vereadora Dani Balbi (PcdoB) defendeu a água como um bem público que não pode ser vendido. “Infelizmente, acompanhamos o processo que levou à privatização da Cedae. Sabíamos que essa mudança traria uma queda na qualidade do serviço e que a população residente nos territórios socioambientalmente vulnerabilizados quem pagaria  a conta”, declarou. Para a vereadora, a classe trabalhadora é a que mais enfrenta obstáculos  devido à irregularidade no serviço de água, agravada por tubulações em condições inadequadas e rompimentos de adutoras. O que causa espanto, e vai contra as denúncias dos movimentos sociais, é a tentativa do governo do Estado de concluir a privatização da Cedae. Isso significa que, além de já terem privatizado o fornecimento de água e esgoto, agora pretendem privatizar também a produção e o tratamento da água.

A plenária decidiu pela construção de um calendário de lutas pela Reestatização da Cedae, Em Defesa da Tarifa Social, da Tarifa Zero e da criação dos Conselhos de Saneamento. Para isso, convoca toda a população a participar do Grande Ato Em Defesa da Água e Contra a Venda da Cedae, em 15/5, às 10h, em frente à sede da Cedae.

Confira o cartaz abaixo: